quinta-feira, 23 de julho de 2009

Várzea. Qual o mistério ?


Certa vez, um amigo da família em um almoço na casa de meus pais conversava comigo sobre jogar futebol. Eu estava falando que naquela semana havia jogado quinta, sábado e domingo e por isso estava um pouco cansado. Quando então meu pai me pergunta. “Pra que ? Porque jogar tanto ?”

A resposta parece óbvia, porém, não compreensível para quem não sabe ou conhece este prazer. E pensando na várzea, vamos aos fatos:

- As vezes jogamos em campos que cair ao levar uma falta é um verdadeiro suicídio. Pedra, areia é o estilo do “gramado.
- Com raras exceções, mas normalmente pagamos pra jogar. Mensalidade de clube, uma chuteira melhor, a gasolina para ir até o local do jogo.
- Correr as vezes sob sol de 33 graus, com a poeira subindo a cada chute, até quase ficar sem fôlego
- Ou correr sob verdadeiras tempestades, e a bola quase não sair das poças
- Perder a cabeça com os “juízes”, se estressar com amigos de infância que em certos momentos parecem ser nossos inimigos
- Se achar a pior pessoa do mundo, porque perdeu um pênalti
- Sair machucado, mancando, cor dor em tudo que é lugar sem mesmo ter uma medalha ou troféu como recompensa
- Agüentar “marmanjo” se achando xerife, ou “malandro” dizendo “ta me tirando irmão ?”
-Normalmente, a nossa torcida se resume em 5 amigos e mais nossa namorada/esposa que ainda assim nos “corneta” e ficam bravos ou zombam por errarmos algum lance.

De fato, algumas destas situações beiram a “maluquice”, “exagero”, mas o que nos importa ? Importa é acordar sábado/domingo de manhã e saber que algumas destas coisas irão se repetir, e a gente não vê a hora de que elas aconteçam.

Mesmo sabendo que aquele ótimo jogo que fizemos na semana passada, não vai se repetir. Mesmo sabendo que o próximo jogo podemos ir muito bem, ou ser um desastre.

Realmente a gente não vê a hora de mais uma partida começar, só pra um dia quem sabe conseguir decifrar qual é o mistério que move a tal paixão. Simplesmente jogar futebol.

Um comentário:

Fabi ♥♥♥ disse...

Algumas paixões, não se explicam simplesmente existem...