sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Meu dia - parte 3 de 3



Nosso goleiro saiu do gol, e eu com o máximo que pude corri para trás dele, com a esperança que o atacante tentasse driblar o goleiro. Ele até driblou, mas um drible curto, e logo chutou pro gol. Eu dei o carrinho, mas apenas desespero, pois a bola já havia entrado.


1x0 pra eles. É como se alguém abruptamente tivesse desligado um rádio que estava com som alto. Eu não ouvi mais nada, seja torcida ou companheiro até o final do jogo, um silencio ensurdecedor no meio de uma multidão. Tentamos o empate, mas de nada adiantou.

A saída do gramado foi tortuosa, é como se todos olhassem e me condenasse. É claro que os companheiros entendiam ser um lance normal de jogo, mas para mim eu era o único culpado pela derrota. Realmente naquele dia não tinha passado despercebido.

Devem imaginar o sentimento de todos no vestiário. Lembro-me que eu estava arrasado e graças a Deus nosso técnico sabia entender isto. Apenas nos falou que não era aquela derrota que nos tirava da briga pelo título.

A semana foi castigante, com os programas esportivos e jornais repercutindo aquele lance. Mas passou, como tudo em nossa vida passa.

Hoje vejo que foi mais uma das grandes experiências que vivenciei. Se tirei alguma lição daquilo ? Acho que sim.

Por melhor que estejamos, confiantes, seguros, sempre estamos suscetíveis a erros e derrotas. Saber assimilar um erro ou fraqueza é melhor que ignorá-los. Deus sempre nos dá uma outra chance. Se não de consertar, mas pelo menos de melhorar

Ah, aquele realmente foi “Meu Dia”, meu dia de aprender.

final...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Janeiro já está acabando...


Inacreditável, mas estamos já em 26 de Janeiro de 2009, na segunda rodada do paulistão. Parece que foi ontem que os times saíram de férias.
Ainda é muito cedo para diagnósticos ou certezas, mas como bom brasileiro não vou deixar de deixar meus “pitacos”.

Quanto ao Corinthians, é impressionante como se vê um padrão de jogo. O Time já sabe o que fazer e quando fazer. Mérito do bom Mano Menezes. Parece-me ser o único time a já estar pronto. Ouvi certa vez um comentaria dizer que o problema de ter aqueles certos “jogadores de elenco” que você um dia pode precisar deles. A torcida já se pensou quando precisar dos reservas como ontem ? Otacílio Neto(até foi bem, mas não me engana) Cristian, Souza, Saci, Jean...

O Palmeiras me surpreendeu um pouco, não achei que começaria tão bem. Mas o que não me surpreende é a estratégia do Luxemburgo. Como nos últimos 3 anos, foca totalmente no paulista, onde os outros grandes tem outras prioridades, ganha e tem o discurso. “Disputamos 2 campeonatos e ganhamos 1”. Se acharem valer a pena.

Já ouvi algumas vezes técnico e jogadores dizerem da prioridade à Libertadores, mas acho que se o São Paulo se classificar vai querer ganhar este paulista. E este ano com mais chances ainda. Ontem, mesmo com o rodízio de jogadores vimos o quanto ainda será forte.

E por último, mas não menos importante, o Santos realmente está no caminho certo. Marcio Fernandez parece ser um bom treinador, e já tem o time sob seu domínio. Confesso que quando o Santos estava perdendo, já estava pensando no que escrever. E para não ser oportunista, mesmo com as 2 vitórias vou falar o que estava pensando. Acho que o problema do Santos é jogar muito pra um jogador apenas, o Kleber Pereira. E já repararam que ele só faz gol na Vila Belmiro ? Tudo bem, ontem fez de pênalti. Mas reparem nos gols do ano passado.

Portuguesa 2 jogos e duas derrotas. Vasco perdeu em casa e Fluminense também derrotado. Parece que pra alguns as coisas continuam na mesma.

Ah, claro que não posso esquecer da Copa São Paulo de Juniores. Onde tivemos uma final bastante interessante. O time do Atlético Paranaense joga muito bem, mas com a expulsão de seu zagueiro, que era o melhor jogador não agüentou a força do Corinthians, que mostrou ser um ótimo time e ótimo retrospecto, afinal ganhar 7 vezes não é pra qualquer um. É óbvio que sempre pensamos no título e sempre queremos ganhar, nem que seja no par ou impar, mas categoria de base é antes de tudo para revelar jogadores. Sinceramente, não consegui ver neste time algum jogador que hoje já esteja preparado.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Meu dia - parte 2 de 3


“Merecemos estar aqui, mas esta torcida merece demais esta vitória.”

Começamos a subir a escada de acesso ao gramado, e a cada degrau o volume da torcida ia aumentando. Já nos últimos degraus comecei a ver a arquibancada crescendo ao final. Pronto, estava no gramado e o estádio estava cheio, com as cores que dispensa informar.

O último aquecimento, alguns cumprimentos e incentivos dos companheiros, sei que num piscar de olhos estávamos todos já posicionados, quando o juiz apitou o início do jogo.

É óbvio que não vou detalhar cada lance do jogo, até porque nem lembraria e vocês também não teriam paciência.

Em resumo, o primeiro tempo foi equilibrado. Nosso adversário apesar de não ter mais nada a fazer no campeonato era uma boa equipe.

Algumas chances para ambos os lados, mas nada de gol. Individualmente achei que estava bem, marcando de perto aquele atacante tão “chato” de se marcar.



No intervalo descansando, nosso técnico veio falar comigo. Disse pra tomar cuidado com o atacante, pois algumas vezes tinha girado em cima de mim, mas por sorte os
lançamentos não tinham sido corretos.

O segundo tempo como no primeiro, estava muito equilibrado, o tempo passava e o gol não saia. Nossa torcida começou a ficar apreensiva.

Estávamos sufocando o adversário, nossa linha de defesa estava praticamente no meio de campo. Mais ou menos aos 35 minutos nosso lateral chegou na linha de fundo e cruzou para a área, a zaga adversária tirou, e estávamos tão à frente e mal posicionados que não foi possível corrigir o azar que demos. A bola sobrou livre para o meia deles, eu e meu companheiro de zaga estávamos “mano a mano” com os atacantes. Percebi que iria acontecer o que meu técnico havia dito, mas quando fui me posicionar melhor, o lançamento desta vez saiu perfeito, por cima de mim. O atacante girou e saiu livre na entrada da área.

continua...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Pára tudo, que preciso entender...


Que mundo é este ? Que a entidade “A” só para adquirir o direito de ter um prestador de serviços oferece 320 milhões de reais ? E que em +ou-5 anos vai dar a este prestador mais uns 230 milhões de reais ? (Como estou de mundo de cá, vou falar em reais). Sinceramente, se não conhecesse pessoas que já foram ou moram lá, custaria a acreditar que este outro mundo existe apenas o vendo na literatura.

Por mais retorno que dê(financeiro ou de marketing), o que faz alguém investir 540 milhões em um jogador ? Será que para alguém que tenha, sei lá, 5 bilhões de reais, 540 milhões não fazem diferença ?

E pra nossa surpresa, Kaká que hoje ganha cerca de 2.5 milhões/mês, e pelos aditivos salariais em 2013 deve estar ganhando 3.5 milhões/mês, recusou ganhar hoje ou a partir de amanhã 3.8 milhões/mês. Vale a mesma indagação, alguém que ganha 2.5 milhões/mês não acha diferença em ganhar 3.8 milhões ?

Olhem o que estes valores significariam no nosso “humilde” mundo...

Para o Corinthians: Se o Kaká fosse do Corinthians, os 320 milhões daria pra pagar sua dívida que dizem estar em 100 milhões, e com os 220 milhões restantes daria pra construir estádio, centro de treinamento...

Para o Palmeiras: Por favor, me entendam e claro esqueçam o valor histórico, que realmente não tem como mensurar, mas com estes 230 milhões que receberia em 5 anos, imagino que o Kaká poderia comprar todo o patrimônio do Palmeiras.
Sei lá, alguma coisa esta errada. Ou Manchester City e Kaká estão loucos, ou estou no mundo errado.

Para o Santos: Se não me engano, para o Santos sobrou uns 30 milhões da venda do Robinho. Para arrecadar o valor oferecido do Manchester City, precisaria vender uns 11 Robinhos...

Para o São Paulo: Está “brigando” para conseguir um patrocínio de camisa que seja maior que os 15 milhões que recebia da LG. Se o Kaká quiser, pode usar 1 ano do salário oferecido e patrocinar o São Paulo por 3 anos...

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Melhor do mundo


Realmente, se tem um jogador que podemos dizer ser o melhor do mundo, acima dos outros, esse jogador na verdade é jogadora, Marta.

Quando penso em melhor do mundo, pra mim tem que ser algo muito fora do normal, extremamente diferenciado. Cristiano Ronaldo (que acaba de ser eleito com toda justiça), Kaká, Messi, ... (e hoje paro por aqui, difícil achar outro) é claro são grandes jogadores, mas além de estarem no mesmo nível entre eles, às vezes passam por momentos que ficam atrás até de outros grandes jogadores no cenário mundial. Fico com a impressão que no futebol masculino, não teremos mais gênios. Talvez os últimos Romário, Zidane ?

Além disso, dentro de uma partida de futebol masculino, estes jogadores quando enfrentam marcadores diferenciados (sim, porque se temos jogadores diferenciados como atacantes, também tem os diferenciados ou craques como defensores) quase que não conseguem jogar, na maioria dos casos são anulados.

Agora, a Marta impressiona. Infelizmente não vi Pelé, mas tenho a impressão que daqui uns 40 anos vou poder dizer que vi Marta.

Ela sim, se enquadra na mais significativa e simples expressão de melhor do mundo. Ao vê-la jogar vemos claramente que as outras são inferiores, e que mesmo num dia ruim ainda assim será superior. Mas não se atentem em ver apenas os melhores momentos dela individualmente. Vejam um jogo inteiro. Com a bola é uma autêntica camisa 10, sem a bola “briga” e “luta” como um tradicional camisa 5.

Dias atrás ela se emocionou ao falar do futebol feminino, mesmo agora que deve fazer um contrato (Los Angeles Sol – EUA) que a deixará rica, ainda assim se preocupa com as dificuldades das companheiras. Vocês sabiam que a Bárbara, “goleira” da última olimpíada, não tinha clube, ou nem sei se tem agora ? Para manter a forma, ela treinava no Sport Recife sem receber nada. E a maioria são histórias parecidas.

Esta mulher de 22 anos, que jogava bola em baixo de uma ponte em Alagoas, que com certeza teve dificuldade para se alimentar, se vestir, estudar, hoje e por 3 anos consecutivos é considerada a melhor do mundo no que faz.

Por tudo isto, seu exemplo nos faz acreditar na força inacreditável que um ser humano pode ter, e também acreditar que alguém neste universo escolhe algumas pessoas para serem diferentes.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Meu dia - parte 1 de 3



Não vou relatar detalhes de qual jogo ou mesmo dos personagens, mas creio que apenas as sensações e emoções já serão suficientes para entenderem o que vivenciei.

Como de costume, cada jogador fazia seu tipo de concentração ou relaxamento. Uns ouviam mp3, outros cantavam samba, outros conversavam, e alguns como eu gostavam de observar a rua. Como era um jogo importante, era possível no trajeto ao estádio ver muitos torcedores com a camisa do nosso time. O estádio provavelmente estaria cheio. Aliás, nada mais motivador que ver tantas pessoas, que nem nos conhecem fazendo todo aquele esforço para ir ao estádio nos assistir num dia tão quente.

Deve ser emocionante ver um anônimo usando sua camisa, com seu nome. No meu caso isso ainda era pouco provável, pois além de zagueiro era apenas minha quarta partida como titular.

Na preleção, ainda no hotel, nosso técnico havia falado da importância daquele jogo. Nosso adversário direto ao título havia perdido na véspera, e uma vitória nos deixaria apenas um pontos atrás na classificação.

Começamos a avistar o estádio, e como esperado um grande número de torcedores nos aguardava. Aquilo apenas aumentava nossa responsabilidade.


A entrada ao estádio foi tranquila, graças ao bom trabalho dos batedores da polícia. Passamos pelos repórteres, e a chegada ao vestiário é sempre legal. Ver o trabalho tão dedicado dos roupeiros é sempre emocionante. A camisa pendurada, o calção no banco, meião e chuteira no chão, sempre nos respectivos lugares de cada jogador.

Estranhamente naquele dia estava mais tranqüilo do que o normal, algo me dizia que não passaria despercebido. Fizemos o aquecimento no vestiário, que aliás, estava cheio de digirentes e pessoas importantes, incluindo o presidente.

Nestes momentos me concentro tanto, que não lembro das brincadeiras dos outros jogadores, apenas ouvia as ordens do preparador físico. Já trocados, nosso técnico deu as últimas e rápidas instruções, fizemos o círculo e rezamos o “Pai Nosso” e “Ave Maria”(no meu caso, troquei por uma oração), e por último o tradicional “Um por todos, todos por um...”

Ao caminhar do vestiário, no corredor que daria a escada de acesso ao gramado era possível ouvir a torcida. Na “boca” da escada de acesso, antes de subir novamente nos reunimos e me lembro das últimas palavras de nosso capitão.

continua...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Ano novo, e tudo de novo...



Não tem jeito, mais um ano e sabem qual é a preocupação de nós boleiros dos finais de semana ou comentaristas esportivos dos cafezinhos da tarde no escritório ?

Será que aquela contratação vai dar certo ? Será que aquele jogador este ano vai vingar ? Será que os juízes irão errar mais a favor do meu time ?

As mesmas expectativas, e tudo de novo. Paulistão, Copa do Brasil, Libertadores, Brasileirão, Sul-americana e porque não Mundial Interclubes. Pensando individualmente, vão minhas impressões:

Corinthians: Favorito ao Paulistão. O time já está treinando, e quando os outros grandes se acertarem já deve estar embalado. E sabemos como é o Corinthians embalado. Só tenho a impressão que muitos dos titulares são jogadores “pequenos” e “leves”(Dentinho, Lulinha, Douglas, Morais, Carlos Alberto, Elias), pra mim time forte precisa ter a maioria dos jogadores "fortes", "pesados". E só por curiosidade, de onde sai tanto dinheiro ?

Palmeiras: Onde está o planejamento do Luxemburgo ? Montar outro time num ano de Libertadores ? Saíram tantos jogadores que até me confundo (Elder Granja, Leandro, Gustavo, Léo Lima, Martinez, Denílson, Kleber ?, Alex Mineiro, acho que todos titulares no Paulistão). Bom, ele tem competência para fazer os bons reforços jogarem, mas que vai dar trabalho... Acho que o primeiro semestre está perdido, período do principal campeonato que irá disputar no ano.

Santos: Sinceramente, se o Santos estiver pensando a longo prazo acho que está fazendo correto. Temos exemplo de outro grande que ficou uns 10 anos ganhando um paulista aqui ou Rio-São Paulo ali, mas se estruturando, sem contratações fora das possibilidades, olhou para a base e vimos no que está dando. Acho que se o Santos estiver fazendo e pensando nisto, pode colher os frutos.

São Paulo: Mesma direção diretiva e técnica, mesma filosofia, mesma estrutura, praticamente o mesmo time e com bons reforços chegando. Não dá pra imaginar o que pode dar errado, a não ser que a diretoria resolva pensar em marketing como no início do ano passado. Bom, mas daí o Muricy conserta.