segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Meu dia - parte 1 de 3



Não vou relatar detalhes de qual jogo ou mesmo dos personagens, mas creio que apenas as sensações e emoções já serão suficientes para entenderem o que vivenciei.

Como de costume, cada jogador fazia seu tipo de concentração ou relaxamento. Uns ouviam mp3, outros cantavam samba, outros conversavam, e alguns como eu gostavam de observar a rua. Como era um jogo importante, era possível no trajeto ao estádio ver muitos torcedores com a camisa do nosso time. O estádio provavelmente estaria cheio. Aliás, nada mais motivador que ver tantas pessoas, que nem nos conhecem fazendo todo aquele esforço para ir ao estádio nos assistir num dia tão quente.

Deve ser emocionante ver um anônimo usando sua camisa, com seu nome. No meu caso isso ainda era pouco provável, pois além de zagueiro era apenas minha quarta partida como titular.

Na preleção, ainda no hotel, nosso técnico havia falado da importância daquele jogo. Nosso adversário direto ao título havia perdido na véspera, e uma vitória nos deixaria apenas um pontos atrás na classificação.

Começamos a avistar o estádio, e como esperado um grande número de torcedores nos aguardava. Aquilo apenas aumentava nossa responsabilidade.


A entrada ao estádio foi tranquila, graças ao bom trabalho dos batedores da polícia. Passamos pelos repórteres, e a chegada ao vestiário é sempre legal. Ver o trabalho tão dedicado dos roupeiros é sempre emocionante. A camisa pendurada, o calção no banco, meião e chuteira no chão, sempre nos respectivos lugares de cada jogador.

Estranhamente naquele dia estava mais tranqüilo do que o normal, algo me dizia que não passaria despercebido. Fizemos o aquecimento no vestiário, que aliás, estava cheio de digirentes e pessoas importantes, incluindo o presidente.

Nestes momentos me concentro tanto, que não lembro das brincadeiras dos outros jogadores, apenas ouvia as ordens do preparador físico. Já trocados, nosso técnico deu as últimas e rápidas instruções, fizemos o círculo e rezamos o “Pai Nosso” e “Ave Maria”(no meu caso, troquei por uma oração), e por último o tradicional “Um por todos, todos por um...”

Ao caminhar do vestiário, no corredor que daria a escada de acesso ao gramado era possível ouvir a torcida. Na “boca” da escada de acesso, antes de subir novamente nos reunimos e me lembro das últimas palavras de nosso capitão.

continua...

Um comentário:

Anônimo disse...

To gostando...